Saiba o momento certo para fazer a reestruturação financeira da sua empresa!

Saiba o momento certo para fazer a reestruturação financeira da sua empresa!

Toda empresa está suscetível a altos e baixos. Eles são causados tanto por fatores externos, como a economia, política e mudanças de comportamento na sociedade, quanto internos, como a falta de gestão.

Não é à toa que a maioria das empresas encerra suas atividades após apenas 5 anos de funcionamento, segundo a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo.

Porém, é possível se reinventar e sair da crise mais forte, através do planejamento e da capacidade de se adaptar a diferentes cenários.

Preparamos este conteúdo para ajudá-lo a detectar se este é o momento de sua empresa passar por uma reestruturação financeira.

O que é a reestruturação financeira? 

A reestruturação financeira é a reorganização dos processos da empresa com vistas ao equilíbrio entre despesas e receitas e, consequentemente, maior lucratividade.

Conforme as empresas crescem, a movimentação financeira se torna mais complexa e exige mais conhecimento e ferramentas de organização. Do contrário, pode-se gastar mais do que se recebe e perceber tarde demais.

Como identificar a necessidade de uma reestruturação financeira?

São muitas as situações que podem levar uma empresa a se reestruturar, as mais comuns são:

Fatores externos: crises econômicas, políticas, inovações e tendências do mercado. Por exemplo, a pandemia de COVID-19 pegou de surpresa muitas empresas. Elas não estavam preparadas para adotar as medidas de segurança e o trabalho remoto, assim como para a queda da demanda e inadimplência de clientes, que priorizaram o essencial.

Fatores internos: a empresa “entra no vermelho”, deixa de pagar funcionários e credores, assume dívidas e pode até ter realizado fraudes contábeis. Em cenários desafiadores, como esses, surge a necessidade de reestruturação financeira.

Vantagens de fazer uma reestruturação financeira!

 Vejamos algumas das vantagens de se fazer uma reestruturação financeira:

  • Assertividade nas decisões: elas são baseadas em dados, não na mera intuição;
  • Melhora do desempenho;
  • Mais rentabilidade;
  •  Sustentabilidade da empresa perante diferentes cenários, favoráveis ou não;
  •  Prevenção à recuperação judicial e falência.

Reestruturação financeira, por onde começar?

A reestruturação financeira é um processo complexo que envolve não apenas as finanças, mas outros aspectos que impactam indiretamente, como a gestão, marketing e até customer success.

Para que você não se perca, selecionamos quais são os passos fundamentais para começar a reestruturação financeira da sua empresa.

Reveja todas as despesas fixas e variáveis 

As despesas fixas são aquelas necessárias para que a empresa continue funcionando, ou seja, não há como se livrar delas. Pode-se citar aluguel, contas de água, energia e internet.

Embora não seja possível eliminá-las, elas podem ter aumento ou diminuição de acordo com o consumo e variação do mercado, por exemplo, a conta de água pode aumentar em razão da taxa de escassez hídrica.

Já as despesas variáveis referem-se às vendas e produção, desse modo, oscilam de acordo com as atividades empresariais. Pode-se citar como exemplo combustível, frete e multas. Elas são mais fáceis de contornar, se houver planejamento e negociação.

Note que a principal diferença entre a despesa fixa e a variável é que a primeira NÃO tem relação com o custo do produto, enquanto a segunda sim.

Esses conceitos são fundamentais para se fazer um planejamento financeiro.

Analise as dívidas 

É preciso colocar “na ponta do lápis” todos os gastos e realizar um diagnóstico: qual é a real situação da empresa? Quais são os setores mais afetados e porquê?

Nesse momento, pode-se inclusive detectar fraudes contábeis, as quais devem ser alvo da reorganização. Outro erro comum é misturar as despesas pessoais com aquelas da empresa.

Essas informações serão valiosas no momento de renegociar as dívidas junto aos fornecedores e enxugar despesas.

Veja como está o marketing na sua empresa e seus valores

Diferente do que se possa imaginar, o marketing e valores empresariais estão relacionados à reestruturação financeira.  

Atualmente, o desempenho de uma empresa está muito relacionado à sua presença digital, captação e entendimento das demandas dos clientes, desde a prospecção até o pós-venda.

O setor de marketing pode fornecer informações valiosas sobre eventual queda na procura e de credibilidade da empresa no mercado, os quais são sintomas da necessidade de reestruturação financeira.

Além disso, toda empresa deve ter valores bem definidos. Não subestime esse item, pois é ele quem irá orientar as estratégias empresariais, como a reestruturação financeira.

Mas o que são valores? São crenças, princípios e filosofias que a empresa acredita e defende.

Vejamos, por exemplo, os valores da Natura:

  • Humanismo: 
  • Criatividade;
  • Equilíbrio: 
  • Transparência. 

Isso é traduzido pela Natura em seus catálogos, campanhas e parcerias, nas quais pode perceber a presença de modelos com os mais variados perfis, sempre atrelando seus produtos à sustentabilidade e responsabilidade social.

Já pensou se a Natura tivesse esses valores, mas, na prática, estivesse envolvida com exploração de trabalhadores e da natureza? Sem dúvida, isso afetaria negativamente a percepção dos clientes, que adquirem o produto, também, em razão dos valores que lhe estão agregados.

Geralmente, o público dessa empresa está preocupado com a forma como os produtos são testados, produzidos, por exemplo, se são veganos, e com a preservação do meio ambiente.

Os valores devem ser difundidos entre os funcionários e o público-alvo. Nesse sentido, o marketing pode ajudar a diagnosticar se a empresa realmente tem difundido os valores que acredita.

Como colocar em prática?

Agora que você já conhece as vantagens e fundamentos da reestruturação financeira, vejamos como colocar isso na prática!

Aumente o giro de ativo líquido

Ativos são os bens, valores e direitos de uma empresa. Sua principal característica é compor o patrimônio. Pode-se citar como exemplo as dívidas a receber, o mobiliário, matéria-prima e investimentos financeiros.

Já os ativos líquidos são aqueles que podem ser convertidos em dinheiro rapidamente. Por exemplo, ações, contas a receber e estoque.

Imagine quanto tempo levaria para vender um imóvel. Por isso, ele não é considerado um ativo líquido.

Quando se fala em giro de ativo líquido, procura-se saber se os ativos são utilizados da maneira correta, de modo a gerar mais riqueza. É preciso se perguntar: o que está sendo feito com o dinheiro?

Deixe que o dinheiro “trabalhe por você”, através de investimentos rentáveis.

Além disso, os ativos que não forem utilizados, tais como estoques e equipamentos, podem ser vendidos para saldar algumas dívidas da empresa.

Se necessário, terceirize serviços 

Na terceirização, a empresa contrata outra empresa para que lhe preste serviços. Por exemplo, a contratação de uma empresa de segurança ou de serviços de limpeza.

A terceirização é vantajosa pelos seguintes aspectos:

  • Expertise: a empresa terceirizada tem conhecimento especializado sobre aquele produto ou serviço;
  • Redução de custos: a terceirizada será responsável pela contratação e pagamento de seus funcionários, o que reduz os encargos trabalhistas e previdenciários.

O próprio Google tem mais funcionários terceirizados do que efetivos, o que o permitiu expandir.

Cabe ressaltar que, desde 2018, é possível terceirizar serviços de todas as etapas do processo de produção, independentemente de serem atividade-fim ou atividade meio. 

 

Como elaborar um planejamento de longo prazo para a sua empresa?

Para não ser pego de surpresa, é fundamental planejar. Você já pensou em como gostaria que estivesse sua empresa daqui há 6 anos ou mais? O planejamento de longo prazo abrange esse período.

Para realizar esse planejamento, é necessário ter em mente a missão, visão e valores.

Além disso, uma ferramenta para fazer o planejamento de longo prazo é a análise SWOT, que citamos anteriormente.

Nela, descrevemos as:

Forças: as habilidades e vantagens em relação à concorrência.

Fraquezas: as falhas que interferem negativamente na atividade empresarial.

Oportunidades: chances de crescimento. Por exemplo, durante a pandemia de COVID-19, aplicativos de delivery bombaram. Algumas empresas resolveram implementar de vez o trabalho remoto, pois ele reduziu custos e aumentou a qualidade de vida dos funcionários.

Ameaças: acontecimentos que prejudicam a atividade da empresa.

Note que tanto as oportunidades quanto as ameaças, geralmente, têm origem externa, tais como mudanças na política, economia e tecnologia.

Já os pontos fortes e fracos têm origem interna, ou seja, dizem respeito à própria organização.

De posse dessas informações, pode-se melhorar os processos internos, prevenir falhas e inovar.

 

Markup, pra que serve e como calcular o ideal para a sua empresa?

Quando uma empresa está perante dívidas, uma solução simples que vem à mente é aumentar o preço dos produtos ou serviços para ter mais lucro. Porém, nem sempre essa é a melhor alternativa a seguir.

O ideal é que o produto não seja tão caro que não possa ser comprado, nem tão barato que comprometa as finanças da empresa.

Para chegar a esse valor, utilizamos o markup, que é um método que nos mostra se o preço do produto ou serviço está adequado.

E como isso acontece?

Simplificando, trata-se da diferença entre os custos de produção e o preço de venda do produto ou serviço.

A fórmula do markup é a seguinte:

Markup = 100 ÷ 100 – (DF + DV + ML)

Sendo que:

DF: Despesas Fixas

DV: Despesas Variáveis

ML: Margem de Lucro Pretendida

Desse modo, para calcular o markup, é necessário ter essas informações.

Os conceitos de Despesas Fixas e Despesas Variáveis nós já vimos. Porém, aqui um detalhe faz toda a diferença: o custo de produção não deve ser incluído nas despesas fixas neste momento.

Já a Margem de Lucro Pretendida é o que se espera ganhar com a venda de cada produto ou serviço.

Vamos ao cálculo?

Markup = 100/100 – (3 + 2 + 5)

Markup = 100/100 – 10

Markup = 90

 O próximo passo é multiplicar o custo de produção pelo markup.

Preço de Venda = CP x Markup

Por exemplo:

PV = 32 x 5,00

PV = 160

Note que o markup é uma estimativa, outros fatores devem ser levados em consideração junto com ele, tais como segmento da empresa, variações do mercado e os valores praticados pela concorrência.

A importância do CS (Customer Success) nas empresas

Engana-se quem pensa que a jornada do cliente com a empresa termina com a venda do produto ou serviço. Pode ser mais vantajoso, inclusive, reter esse cliente do que investir mais em prospecção. Clientes satisfeitos tendem a consumir mais da mesma marca e indicá-la para outras pessoas.

O Customer Success surge como uma área que se preocupa com a experiência do cliente. Ele o acompanha para saber quais são suas reais necessidades e antecipar problemas.

De acordo com pesquisa realizada pelo Reclame Aqui, 51,2% dos consumidores estão dispostos a pagar mais caro por um produto apenas pela experiência de compra.

Sabe quem utiliza o Customer Success? A Apple. Seu público alvo adquire o produto pela experiência, design diferenciado e reconhecida qualidade, o que faz com que eles estejam dispostos a pagar mais. Quem costuma utilizar aparelhos da Apple sempre os troca por lançamentos da mesma marca.

Desse modo, investir em Customer Success é um fator importante para agregar valor à marca, fidelizar clientes, e, consequentemente, aumentar os lucros.

Erros comuns cometidos na reestruturação financeira:

Mostraremos a seguir os erros comuns cometidos na reestruturação financeira:

  1. Não realizar um diagnóstico: é imprescindível conhecer qual é a real situação da empresa, os setores mais afetados e porquê.
  2. Falta de planejamento: a base da reestruturação financeira é um planejamento bem feito. Esse plano envolve desde a proposta de renegociação de dívidas e aspectos mais abstratos, como valores.
  3. Revisar sempre: acompanhe a execução do plano e não hesite em adaptá-lo se não trouxer os resultados esperados.
  4. Subestimar o setor de marketing: esse setor lida diretamente com o cliente, seus anseios e frustrações. Por isso, tem dados valiosos que orientarão a remodelação financeira da empresa. Não só traz clientes com o mantém os antigos, o que, consequentemente, aumenta a rentabilidade;
  5. Não contar com assessoria especializada: como vimos, a reestruturação financeira engloba diversos aspectos, de gestão, contábeis e até marketing. Por isso, contar com o auxílio de profissionais capacitados garantirá os resultados desejados.
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