Uma empresa rentável não se sustenta no Brasil sem possuir um bom controle dos seus índices de inadimplência. Não basta possuir boas vendas e não receber, por isso, realizar uma boa gestão da carteira de clientes é indispensável para a saúde financeira de uma empresa.
Diante desse panorama, a recuperação de crédito e o papel do administrador ou empresário é buscar as melhores estratégias e ferramentas para estabilizar os índices de inadimplência no seu negócio.
Diversas companhias vão à falência pela falta de um modelo operacional de cobrança e recuperação de dívidas ou por não saber gerenciar o relacionamento com seus clientes.
Pensando nisso, elaboramos este artigo para demonstrar a importância em possuir uma boa gestão na recuperação de crédito e cobrança de dívidas.
Acompanhe!
A recuperação de crédito é um método que busca reduzir a inadimplência nas empresas, garantindo a entrada de recursos no caixa. Visa basicamente recuperar valores quando uma das partes de uma negociação não cumpre com suas obrigações assumidas. O tipo mais comum de inadimplência é o atraso no pagamento de valores em determinada aquisição de produto ou serviço.
Existem duas formas de recuperar um crédito: extrajudicial e a judicial.
A cobrança extrajudicial não conta com a interferência do poder judiciário, isso ocorre porque ela é realizada entre as partes. Ao se deparar com o inadimplemento de um cliente, a empresa ou assessoria especializada busca de forma amigável, negociar a quitação da dívida com o devedor, oferecendo parcelamentos, descontos ou negociando prazos para pagamento, de modo a facilitar o recebimento da dívida.
Um dos motivos por essa modalidade ser bastante utilizada pelos profissionais especializados em recuperação de crédito, é porque a via extrajudicial costuma ser mais rápida que a cobrança judicial, a qual é intermediada pela justiça e costuma ser bem morosa devido aos trâmites legais que devem ser realizados.
Outro motivo é o custo. A cobrança judicial requer o pagamento de custas processuais, além dos honorários advocatícios que em vez de serem tratados de forma preventiva (menor custo), são avaliados de forma resolutiva (maior custo devido a complexidade). Portanto, frente a isso é recomendado verificar se o valor de determinada dívida, vale a pena ser cobrada judicialmente, tendo em vista que os gastos para cobrar judicialmente podem ser maiores do que se espera receber.
Dito isso, caso a cobrança extrajudicial não obtenha resultados, não há outra alternativa a não ser recorrer à cobrança judicial.
Neste caso, é necessário a intervenção do poder judiciário e a presença dos advogados a fim de garantir os direitos e deveres das partes. O processo pode ser através de uma ação de execução de título extrajudicial, que é a modalidade mais célere no âmbito judicial, e a ação monitória que demanda um pouco mais de tempo por conta de necessitar de outros meios de produção de provas quando o credor, por exemplo, não possui um título extrajudicial.
É comum confundir a finalidade desses dois institutos.
A recuperação de crédito envolve a negociação de uma dívida realizada através de procedimentos administrativos, executados pela própria empresa ou empresas terceirizadas.
Esta etapa é a que menos consome recursos e costuma ser mais rápida que a judicial, além de manter o consumidor como cliente ativo para futuras compras. O profissional responsável costuma realizar a técnica da régua de cobrança, onde busca seguir um planejamento que ajudará a pôr em prática a operação a fim de regularizar a dívida do cliente.
No entanto, caso ao longo do tempo não obtenha sucesso com as negociações, o procedimento pode passar por uma judicialização através de ações de cobrança.
Por outro lado, a cobrança tem como finalidade a busca pela quitação de uma dívida específica, podendo ser realizada:
Além disso, devemos mencionar ainda como alternativa, a transferência de créditos e direitos a outras empresas em operações de cessão de crédito. Neste cenário, se negocia um determinado número de dívidas a serem cobradas com um percentual de deságio.
Nesse momento, cometer erros não é uma boa opção. A empresa já está buscando recuperar valores que estão gerando prejuízos financeiros, qualquer erro quando for realizar uma cobrança de dívida pode desencadear uma série de eventos capazes de prejudicar ainda mais a situação da empresa.
Portanto, inicialmente é preciso estar preparado para a negociação, traçar um plano antes de realizar o contato para cobrança e estabelecer um tipo de abordagem para aquela situação.
Isto é importante, tendo em vista que a empresa deve se preocupar com o Código de Defesa do Consumidor, o qual é bem claro ao afirmar que o consumidor inadimplente não pode ser exposto ao ridículo, ser submetido a qualquer constrangimento ou ameaça.
Por isso, esta preocupação com a abordagem no momento da cobrança de uma dívida é importante. Ao mesmo tempo que o profissional responsável deve ter cuidado com a forma de tratamento com o devedor, também não pode demonstrar fragilidade diante do devedor. Para buscar esse equilíbrio é necessário técnica, treinamento e informações sobre o cliente que sejam favoráveis no momento do contato.
Dessa forma, a empresa deve demonstrar seu interesse em manter o consumidor como cliente para que ele se sinta prestigiado e tenha mais comprometimento com seus compromissos assumidos. Com isso, o cobrador deve avaliar o histórico e a capacidade de pagamento do cliente naquele momento e definir sua margem de negociação.
Sendo assim, as condições apresentadas devem ser vantajosas ao ponto de incentivar o cliente ao pagamento, mas não podem ser exageradas de forma a desestimular pagamentos futuros na aquisição de outros produtos ou serviços da empresa. Então, nota-se que não é uma tarefa fácil mensurar este equilíbrio, uma vez que exige uma análise profunda da situação.
Uma das formas de obter um melhor aproveitamento no ressarcimento de valores devidos é possuir um “manual de recuperação e negociação de crédito” pronto e eficiente para agir diante da inadimplência.
Caso os primeiros contatos do plano de recuperação de crédito não obtenham sucesso ou se as partes não chegaram a um acordo contendo uma nova data de pagamento, é preciso mudar o método de ação e tomar novas medidas como:
Com bom planejamento de recuperação de dívidas e cobrança a sua empresa pode traçar a melhor estratégia antes da fase de negociação. Com isso, ao fechar um acordo com o cliente inadimplente, o próximo passo é negociar o melhor valor, estabelecendo um mínimo de perda para a empresa.
Uma meta que deve ser perseguida e observada é que o negócio apresente boas vendas e com clientes qualificados, desta forma, dificilmente manterá sua saúde financeira com um índice de inadimplência alto. Isto porque, para disponibilizar um produto ou serviço no mercado, gera custos e é com o recebimento desses valores que a empresa mantém seu fluxo de caixa rentável e capaz de manter suas contas em dia.
Ainda, com o apoio de um planejamento de recuperação de créditos, pautado no respeito ao consumidor/cliente e nas estratégias de negociação, o empresário não só conquista novas vendas, devido a boa imagem que sua empresa transmite a sociedade, como fidelizar seus clientes, que passam a reconhecer seu nível de profissionalismo no que diz respeito ao processo de recuperação de crédito e cobrança.
A grande relevância da assessoria jurídica para esses casos é o retorno financeiro para a empresa, composto basicamente pela:
Dessa forma, sua equipe poderá focar apenas no desenvolvimento das demais operações da empresa e ser melhor aproveitada. Resumindo, o empresário ou gestor delega essa tarefa e fica livre para se dedicar às atividades estratégicas para o crescimento do seu negócio;
Diante disso, com o crescimento da inadimplência, os recursos financeiros para arcar com despesas que mantêm o negócio em funcionamento, como folha de pagamento, pagamentos aos fornecedores, manutenção do estoque e financiamentos. Logo, dar a devida atenção às metodologias de cobrança é garantir um fluxo de caixa equilibrado;
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